O mundo dos videogames está sentindo o peso de uma tempestade econômica que ninguém viu chegar. As novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, sob o comando do presidente Trump, estão dando dor de cabeça para fabricantes de consoles, com a Nintendo no centro do furacão. O tão aguardado Switch 2, que teve preço e data de lançamento revelados recentemente, agora enfrenta um pesadelo logístico: um imposto de 46% sobre produtos do Vietnã, onde o console é montado, e uma tarifa astronômica de 104% sobre componentes vindos da China. Mesmo com uma pausa temporária de 90 dias nas tarifas mais pesadas, uma taxa padrão de 10% já ameaça encarecer o novo console para cerca de 500 dólares – e, se os 46% voltarem, prepare o bolso para algo na casa dos 650 dólares.

Não é só a Nintendo

Não é só a Nintendo que está na corda bamba. Sony e Microsoft, que fabricam PlayStation e Xbox, também vão sentir o impacto, já que boa parte do hardware de games vem de países como Vietnã, Taiwan (com tarifas propostas de 32%) e Tailândia (36%). A ironia? Muitas empresas mudaram suas fábricas para esses lugares justamente para fugir das tensões comerciais com a China. Agora, parece que ninguém escapa. Por enquanto, jogos digitais estão a salvo de tarifas diretas, mas os custos indiretos – como servidores e ferramentas de desenvolvimento – devem subir, e o consumidor pode acabar pagando a conta.

E piora ainda mais

O timing não poderia ser pior. O Switch 2 está programado para chegar às lojas em 5 de junho, e a Nintendo já estocou unidades nos EUA para evitar o pior. Só que isso é um paliativo. Montar fábricas nos Estados Unidos? Parece solução, mas é um processo demorado, e os componentes ainda viriam de fora, enfrentando impostos altos. Outras gigantes do setor, como Sony e Microsoft, têm um pouco mais de fôlego, já que seus próximos lançamentos estão mais distantes. Ainda assim, o futuro é uma incógnita. Com países como a União Europeia cogitando retaliar com tarifas sobre bens digitais, até os jogos podem entrar na mira.

A indústria de games, que ainda se recupera de demissões em massa e fechamentos causados pela alta de juros nos últimos anos, agora enfrenta um obstáculo extra. Planejar lançamentos em um cenário tão volátil é como jogar xadrez no escuro. Algumas empresas podem até adiar seus projetos, esperando que o caos econômico se dissipe. Enquanto isso, o consumidor fica com a pulga atrás da orelha: será que vale pagar mais caro por um console novo?